quinta-feira, 5 de maio de 2011

Uma família com sangue vermelho e preto




Nem só de ilustres e reconhecidas estrelas se faz um Fla x Flu. Ao contrário, os milhares de torcedores que lotam as arquibancadas e os milhões que torcem de suas casas são anônimos e apaixonados por seus clubes. A entrevista com a família Vieira Pinto não deixa dúvidas: a paixão clubística, por ser tão intensa, pode ser o maior ponto em comum dentro do núcleo familiar.





A começar pelo pai, Marcelo, já se percebe o fascínio pelo Flamengo: ele acompanha todos os jogos, até quando está a trabalho em outros estados brasileiros, como no Rio Grande do Sul e, agora, em São Paulo. "Assisto a todos os jogos possíveis. Ser flamenguista é não medir esforços nem sacrifícios, e tenho idolatria pelo meu Mengão!", comenta ele. Por causa do Rubro-Negro, já ganhou e perdeu apostas e, vira e mexe, passa mal: "O mais engraçado é que passo mal no dia seguinte: com dor de cabeça, devido à ressaca; dor no corpo, de tanto comemorar os gols, e uma crise de riso terrível, vendo a 'torcida arco-íris' chorar mais uma vez", diz o pai em tom de brincadeira, referindo-se aos outros times do Rio. Marcelo, inclusive, já quebrou uma mesa de ping-pong. A filha mais nova, Michelle, relembra: "E foi porque o Flamengo ganhou! Ele fez tipo 'peixinho' em cima da mesa, foi de felicidade mesmo!". Ela e a mãe, Marcilene, também são flamenguistas que marcam presença - seja no Maracanã (atualmente fechado para obras), seja na frente da TV para assistir aos jogos.



É na filha mais velha, porém, que se encontra em maior grau a herança deixada pelo pai: Marcelle é fanática pelo Flamengo e, com a ajuda de sua boa memória, raramente deixa escapar algum erro em comentários feitos por amigos quando em conversas a respeito do seu time. A paixão pelo clube é tanta que, no clipe de seu aniversário de 15 anos, ela optou por ir ao Complexo Esportivo da Gávea, sede do Rubro-Negro à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas. Em dia de treinamento, conheceu vários ídolos - tais como o goleiro Julio Cesar (atualmente na Inter de Milão), o meia Ibson (hoje no Spartak de Moscou), Andrade (técnico do clube em 2010, na campanha do hexacampeonato) - e guarda com carinho uma camisa autografada por eles.








Marcelle ao lado do meia Ibson, em seu clipe de aniversário de 15 anos









Camisa com os autógrafos dos jogadores do Flamengo






É numa euforia radiante que ela fala a respeito do melhor jogo entre Flamengo e Fluminense que pode assistir: "O melhor Fla x Flu da minha vida foi ano passado, durante o Campeonato Carioca", diz. Marcelle relembra que não foi fácil aguentar a emoção de ver seu time vitorioso, devido às condições que se estabeleceram na partida: "Começamos perdendo e, mesmo diminuindo a vantagem deles, achamos que o jogo estava perdido, com o final do primeiro tempo marcando 3x1 para o Tricolor no placar. Mas a torcida não deixou de apoiar o time. Na época, com Adriano e Vágner Love em campo, quando chegamos ao empate no segundo tempo foi como se tivéssemos ganhando o jogo", relembra.



Mas o jogo não terminou por aí. A rubro-negra ainda assistiria a uma incrível vitória de seu time. "Quando assumimos o placar com um gol do Imperador, a Nação foi ao delírio na arquibancada! Eu não parava de pular, talvez ainda não acreditando que aquilo tivesse acontecido. Ganhar é sempre bom; num clássico, melhor ainda. Agora, de virada, 5x3 pro meu Mengão é maravilhoso, inesquecível... É Rubro-Negro!", assim descreveu Marcelle, de maneira vibrante e bastante empolgada.





A torcedora no Maracanã, antes de começar a partida





Além de todas as lembranças, Marcelo, Marcilene, Marcelle e Michelle colecionam em casa inúmeros objetos relacionados ao Flamengo. Só de camisas, são quinze! Além disso, canecas, chaveiros, plaquinhas, chinelos, bandeiras, árvore de natal (acredite!), dentre outros, enfeitam a casa e fazem parte do cotidiano dessa família. "Quando tem aniversário de alguém aqui e o convidado não sabe com o que presentear, sempre vem alguma coisa do Flamengo, porque as pessoas sabem que vamos gostar, não importa o que seja", comenta a mãe, ao se dar conta da quantidade de objetos que reuniu.





As quinze camisas da família rubro-negra




Devido a uma coincidência, como todos os integrantes da família possuem o nome iniciado pela letra "M", Marcelle brinca: "É por causa do nosso Mengão!".








Por Karla Passeri







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