quinta-feira, 7 de abril de 2011

A música e o futebol com Chico Buarque


       O Brasil é conhecido mundialmente pela sua brilhante qualidade tanto no futebol quanto na música.  Exemplos de seleções e times brasileiros bem como de músicos e canções são constantemente lembrados e versado. E nesse aspecto, um mito da MPB consegue aliar perfeitamente o amor pela música e pelo futebol. Nada mais nada menos que o Mestre Chico Buarque de Holanda, torcedor fanático pelo Fluminense Football Club. O cantor tem uma paixão pelo clube tricolor desde pequeno, influenciado por sua mãe, Maria Amélia, também torcedora do Fluminense.
      Maria Amélia era quem levava os filhos para assistir aos jogos de futebol no estádio Pacaembú., em São Paulo. Chico Buarque conta à jornalista da revista Status,Vivian Lando, em junho de 1982, na época da Copa do Mundo da Espanha, que sua paixão pelo Fluminense começou desde os seus seis anos de idade quando sua mãe o levou para assistir ao jogo do Fluminense contra  o Palmeiras, na capital paulista, pelo torneio Rio-São Paulo. O lance culminante do jogo foi um pênalti contra o Fluminense na metade do segundo tempo. Na cobrança, o goleiro Castilho conseguiu defender o chute do atacante Humberto, mas o juiz mandou repetir. Na segunda tentativa, o arqueiro tricolor ainda chegou a tocar a mão esquerda na bola, mas ela entrou. O Palmeiras venceu por 3 a 1, mas Chico Buarque ficou revoltadíssimo com a atitude do árbitro. Em solidariedade, passou a torcer pelo Fluminense.
        Chico Buarque homenageia o clube tricolor em diversas canções de sua autoria, como por exemplo, em 1968 criou a canção Bom tempo. A manifestação mais tricolor encontrada em uma de suas músicas surge em 1969, na canção clássica “Ilmo Sr. Ciro Monteiro ou Receita Pra Virar Casaca de Neném”. O cantor conta em uma entrevista com Rodolfo Fernandes para o jornal O Globo, em 1998 que ele faz a “transformação da camisa do Flamengo que ele (Ciro) mandou para a Silvinha (filha), quando eu morava em Roma, numa camisa do Fluminense”.

Ilmo Sr. Ciro Monteiro ou Receita Pra Virar Casaca de Neném
Chico Buarque

Amigo Ciro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente
Minha petiz
Agradece a camisa
Que lhe deste à guisa
De gentil presente
Mas caro nego
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão
Nós separados
Nas arquibancadas
Temos sido tão chegados
Na desolação

Amigo velho
Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
Pintei de branco o teu preto
Ficando completo
O jogo da cor
Virei-lhe o listrado do peito
E nasceu desse jeito
Uma outra tricolor


Fontes: Livro: Futebol no país da música de Beto Xavier;
http://www.torcidatricolor.com.br/phorum/read.php?2,5144;
Revista Status (06/1982)
Jornal: O Globo, em 1998


Por: Lidiane Costa

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